Calor calor calor insuportável. Que faz tudo o que se move inerte. No máximo letárgico.
Me lembra aqueles filmes de faroeste onde se ouve apenas a mosca que insiste em atormentar os figurantes estáticos.
Hoje tudo dormiu. Eu e meus cachorros passamos o dia delirando, ora dormindo ora acordados, lendo e dormindo, dormindo e lendo. Eu lendo, não os cachorros, que fique bem claro. Se bem que estava tão calor que posso afirmar com quase certeza que minha boxer leu o Estadinho de ontem - suplemento infantil - enquanto eu dormia.
Agora à noitinha depois que o sol se foi, saímos todos, fomos ver a rua em transe calórico.
Depois enchi a banheira de água fria e gelo que logo ficou quente. Mas consegui ficar uns bons minutos mergulhada no gelo ouvindo a Rosamaria cantar "summertime... your heart will come a'live again...". Numa balada letárgica igual ao dia de hoje... Várias vezes, repetidamente, até a água esquentar.
E foi bom!
Expectativas... Estamos todo o tempo tentando evitá-las, mas ninguém - e não adianta se enganar! - NINGUÉM vive totalmente livre delas... Em grandes cidades como São Paulo passamos horas intermináveis no trânsito e - muitas vezes sem perceber! - criamos, elaboramos, desenvolvemos teorias e... EXPECTATIVAS! E sim, escrevo no português de antes da revolução chatográfica. Adoro isso!

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
sábado, 11 de janeiro de 2014
POEMA PARA CLARICE - Guarujá, novembro de 2013.
O mar se encolhe
E deixa a mostra toda a sua areia
Encolhida também
Sob um véu de água transparente
Depois o mar se agita
E faz brotar uma espuma branca permeada de verdes infinitos
E avança...
Fugindo do horizonte
Então ficamos olhando
E estarrecidos notamos
Como é lindo o mar
Andando para trás
E deixa a mostra toda a sua areia
Encolhida também
Sob um véu de água transparente
Depois o mar se agita
E faz brotar uma espuma branca permeada de verdes infinitos
E avança...
Fugindo do horizonte
Então ficamos olhando
E estarrecidos notamos
Como é lindo o mar
Andando para trás
O BARULHO DO MAR - participação especial: ALAN
O barulho do mar é hipnótico
O barulho do mar é hipnoO barulho do mar...
O barulho
O_ba!!
O GATO
Hoje eu entrei no meu carro para vir trabalhar, liguei o carro, depois liguei o rádio, e me concentrei nas notícias do dia. Andei cerca de dois quarteirões quando a moça do tempo começou a falar sobre o calor.
Em meio à sua fala porém, com muita atenção, percebi o miado de um gato. Pensei: não se faz mais rádio como antes, a moça vem falar do tempo com um gato no colo e o microfone da redação provavelmente ficou aberto, deixando miados leves permeando a terrível onda de calor do nosso dia a dia.
Mudei de estação. Música. Música de rock. E miados de gato!
Imediatamente parei o carro!
Comecei então a procurar. Freneticamente! Sentei no meio da rua para olhar embaixo do carro. E ouvia miados esporádicos, o que me deixava na dúvida até que ponto aquilo tudo era real.
Chamei um guarda, que apesar de me ajudar, também estava duvidando da minha sanidade mental.
E foi depois de uns 7 minutos de busca incessante e silenciosa que ouvimos. E aí o guarda ouviu também! Vários miados!!
Tenho de fazer um adendo aqui, pois é verdade que quando o guarda chegou eu já estava toda suada de ter quase deitado no meio da rua para olhar embaixo do carro.
Aí quando ele perguntou o que estava acontecendo eu tive que reunir toda a minha coragem e um resto de dignidade para falar que alguma coisa estava miando dentro da carroceria do carro. Nisso o gato - é claro - mergulhou no mais completo silêncio, só pra me ajudar. E eu falando sem parar "mas o sr não tá ouvindo?". Até que eu fui iluminada pela mais insana idéia de dizer "olha seu guarda, tem alguma coisa miando no meu carro" e imediatamente emendei "mas pode ser um passarinho né!!", frase esta seguida pelo meu mais sincero sorriso.
Bom, o guarda não riu.
E graças ao bom Deus o gato voltou milagrosamente a miar e me salvou de uma situação meio desagradável prestes a acontecer.
E o guarda me disse: abre o motor que deve estar lá!
E estava!
Um gatinho bem pequeninho. Assustado e com fome. Conseguimos tirá-lo, mas ele logo fugiu, correu muito, perdemos de vista.
Espero que ele fique bem!
Olha, eu nem ia contar... mas à noite quando cheguei em casa eu vi o gatinho. Ele estava no mesmo lugar para onde tinha corrido de manhã. Miando a mil. Tentei resgatar de novo mas ele fugiu.
Aí fui em casa, peguei um leite, uma vasilhinha, e com o aplicativo de lanterna do celular entrei no terreno baldio atrás do bicho.
Alguns carros passaram, outros até pararam, mas ninguém falou comigo. Nem o gato! que mergulhou de novo no mais profundo silêncio.
Até fiquei pensando nesse lance de solidariedade entre vizinhos mas cheguei à conclusão de que entrar num terreno abandonado à noite, com roupa social, incluindo saia longa e saltos altos, não deve ser muito comum lá no bairro.
E também, ficar iluminando as moitas com lanterna de celular deve inibir muito as pessoas né. Então os vizinhos estão todos desculpados.
Depois de uns 30 minutos voltei para casa super desapontada. Tomei banho, troquei de roupa, assisti um filme e fui dormir.
Véi, na hora que eu ponho a cabeça no travesseiro eu ouço um "miauuu". Um só. Silêncio absoluto depois.
Dormi de janela aberta e nada.
Não vou negar que hoje, antes de sair pro trabalho, dei mais uma procurada e nada. Nem um miadinho.
Mas hoje é sábado, a noite é uma criança, e eu comprei uma lanterna!
_____________________________________________________________________________
Este texto publiquei no Facebook, o que me rendeu os diversos comentários publicados logo abaixo, alguns dos quais inseri no texto original para completar o ocorrido.
Em meio à sua fala porém, com muita atenção, percebi o miado de um gato. Pensei: não se faz mais rádio como antes, a moça vem falar do tempo com um gato no colo e o microfone da redação provavelmente ficou aberto, deixando miados leves permeando a terrível onda de calor do nosso dia a dia.
Mudei de estação. Música. Música de rock. E miados de gato!
Imediatamente parei o carro!
Comecei então a procurar. Freneticamente! Sentei no meio da rua para olhar embaixo do carro. E ouvia miados esporádicos, o que me deixava na dúvida até que ponto aquilo tudo era real.
Chamei um guarda, que apesar de me ajudar, também estava duvidando da minha sanidade mental.
E foi depois de uns 7 minutos de busca incessante e silenciosa que ouvimos. E aí o guarda ouviu também! Vários miados!!
Tenho de fazer um adendo aqui, pois é verdade que quando o guarda chegou eu já estava toda suada de ter quase deitado no meio da rua para olhar embaixo do carro.
Aí quando ele perguntou o que estava acontecendo eu tive que reunir toda a minha coragem e um resto de dignidade para falar que alguma coisa estava miando dentro da carroceria do carro. Nisso o gato - é claro - mergulhou no mais completo silêncio, só pra me ajudar. E eu falando sem parar "mas o sr não tá ouvindo?". Até que eu fui iluminada pela mais insana idéia de dizer "olha seu guarda, tem alguma coisa miando no meu carro" e imediatamente emendei "mas pode ser um passarinho né!!", frase esta seguida pelo meu mais sincero sorriso.
Bom, o guarda não riu.
E graças ao bom Deus o gato voltou milagrosamente a miar e me salvou de uma situação meio desagradável prestes a acontecer.
E o guarda me disse: abre o motor que deve estar lá!
E estava!
Um gatinho bem pequeninho. Assustado e com fome. Conseguimos tirá-lo, mas ele logo fugiu, correu muito, perdemos de vista.
Espero que ele fique bem!
Olha, eu nem ia contar... mas à noite quando cheguei em casa eu vi o gatinho. Ele estava no mesmo lugar para onde tinha corrido de manhã. Miando a mil. Tentei resgatar de novo mas ele fugiu.
Aí fui em casa, peguei um leite, uma vasilhinha, e com o aplicativo de lanterna do celular entrei no terreno baldio atrás do bicho.
Alguns carros passaram, outros até pararam, mas ninguém falou comigo. Nem o gato! que mergulhou de novo no mais profundo silêncio.
Até fiquei pensando nesse lance de solidariedade entre vizinhos mas cheguei à conclusão de que entrar num terreno abandonado à noite, com roupa social, incluindo saia longa e saltos altos, não deve ser muito comum lá no bairro.
E também, ficar iluminando as moitas com lanterna de celular deve inibir muito as pessoas né. Então os vizinhos estão todos desculpados.
Depois de uns 30 minutos voltei para casa super desapontada. Tomei banho, troquei de roupa, assisti um filme e fui dormir.
Véi, na hora que eu ponho a cabeça no travesseiro eu ouço um "miauuu". Um só. Silêncio absoluto depois.
Dormi de janela aberta e nada.
Não vou negar que hoje, antes de sair pro trabalho, dei mais uma procurada e nada. Nem um miadinho.
Mas hoje é sábado, a noite é uma criança, e eu comprei uma lanterna!
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Este texto publiquei no Facebook, o que me rendeu os diversos comentários publicados logo abaixo, alguns dos quais inseri no texto original para completar o ocorrido.
- David Blaser Ainda bem que não virou suflê...além da tristeza pela morte do bichinho ia dar um trabalhão para limpar o motor...
- Daniela Rosenthal Compartilhei pra todo mundo ficar atento porque isso acontece com frequência e nem sempre o final é feliz!
- Sonia Bertasi Parece que S.Francisco de Assis sempre te escala né Andrea?Te admiro muito por tudo que faz!bjs
- Andrea Rosenthal Foi meio difícil Zigue...
Quando o guarda chegou eu já tava toda suada de ter quase deitado no meio da rua pra olhar embaixo do carro.
Aí quando ele perguntou o que estava acontecendo eu tive que reunir toda a minha coragem e um resto de dignidade pra falar que alguma coisa estava miando dentro da carroceria do carro. Nisso o gato mergulhou no mais completo silêncio, só pra me ajudar. E eu falando sem parar "mas o sr não tá ouvindo?". Até que eu fui iluminada pela mais insana idéia de dizer "olha seu guarda, tem alguma coisa miando no meu carro" e imediatamente emendei "mas pode ser um passarinho né!!", frase esta seguida pelo meu mais sincero sorriso.
Bom, o guarda não riu.
E graças ao bom Deus o gato voltou milagrosamente a miar e me salvou de uma situação meio desagradável prestes a acontecer com o guarda.
Foi isso... - LF SF Quando de repente, não mais que de repente, um miado salva a Andrea Rosenthaldo choque certeiro e da internação psiquiátrica.
- LF SF Ó que sorte Zig, nesse momento vc podia tá babando com um caminhão de haloperidol no cabeção!!!
- Andrea Rosenthal Zigue eu nem ia contar, mas a noite, quando cheguei em casa, eu vi o gatinho. Ele estava no mesmo canteiro pra onde tinha corrido de manhã. Miando a mil. Tentei resgatar mas de novo ele fugiu.
Aí fui em casa, peguei um leite, uma vasilhinha, e com o aplicativo de lanterna do celular entrei no terreno baldio atrás do bicho.
Alguns carros passaram, outros até pararam, mas ninguém falou comigo. Nem o gato! que mergulhou de novo no mais profundo silêncio.
Até fiquei pensando nesse lance de solidariedade entre vizinhos, mas cheguei à conclusão de que entrar num terreno abandonado à noite, com roupa social, incluindo saia longa e saltos altos, não deve ser muito comum lá no bairro.
E também, ficar iluminando as moitas com lanterna de celular deve inibir muito as pessoas né. Então os vizinhos estão todos desculpados.
Depois de uns 30 minutos voltei pra casa super desapontada. Tomei banho, troquei de roupa, assisti um filme e fui dormir.
Véi, na hora que eu ponho a cabeça no travesseiro eu ouço um "miauuu". Um só. Silêncio absoluto depois.
Dormi de janela aberta e nada.
Não vou negar que hoje, antes de sair pro trabalho, dei mais uma procurada e nada. Nem um miadinho.
Mas hoje é sábado, a noite é uma criança, e eu comprei uma lanterna!
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