quarta-feira, 7 de outubro de 2009

SERVE...

A falta de entusiasmo é genética.
E olha que se o cara não for um verdadeiro chato, a falta de entusiasmo provavelmente denuncia um elevado nível de inteligência.
Venho notando na minha família que o "desentusiasmo" se acentua com o aumento do nível de conhecimento.
Meu pai por exemplo é uma pessoa feliz, de bem com a vida, engraçado, simpático e agregador. Mesmo com todas essas características carismáticas, meu pai não é uma pessoa que se entusiasma facilmente. Para despertar o entusiasmo do meu pai, a coisa precisa ser realmente boa, precisa valer muito a pena. Ele não ri a toa, a piada precisa ser refinada! E dificilmente usa palavrões para se expressar - não precisa disso. Ele não lê bobagens, não se dá ao trabalho de dirigir a sua atenção às coisas desinteressantes do mundo, da vida.
Meu pai tenta até hoje me ensinar a canalizar a energia para as coisas que valem a pena, sejam elas boas ou problemas a resolver. Se o problema não vale a pena ele nem se dá ao trabalho.
E eu tento desesperadamente aprender tudo isso para economizar minhas boas energias, tanto para rir, como para chorar! Acho realmente que esse conhecimento só me virá - se algum dia vier... - quando eu atingir um grau elevado de desenvolvimento.
Minha irmã por exemplo, já conseguiu muito mais do que eu. O seu senso de humor é refinadíssimo, ela não se impressiona facilmente, e consegue realmente pensar antes de emitir uma opinião. Ela é justa como meu pai. E refinadamente engraçada como meu pai! Às vezes damos gargalhadas apenas com uma troca de olhares, uma já sabendo o que a outra está pensando.
Cada vez menos as pessoas entendem sarcasmos e ironias sem serem grosseiras. O senso de humor geral está cada vez mais vulgar. E cada vez mais... chato!
Talvez seja por essa massificação que a minha família desenvolveu essa falta de entusiasmo crônica. Para dirigirmos nossa atenção, a coisa tem que realmente valer a pena. Meu avô, que nunca ria de nada gratuitamente e nem prestava atenção no que não valia a pena, já na sua época, quando alguém lhe fazia uma exposição e perguntava sua opinião, ele invariavelmente respondia: "serve!".

4 comentários:

  1. Acho que Andrea não se dá o devido valor. Por exemplo,possui um talento especial em contar histórias e anedotas. Também acho que Andrea possui elevado QI. Neste sentido,como pai, fico preocupado em incrementar seu desenvolvimento ainda mais, procurando aproveitar o talento que acho que ela possui. Como tenho alguma dificuldade em saber como, às vezes dou palpites como por exemplo especializacões,dar aulas. Desta maneira, externo uma ansiedade que sinto em função do potencial que acho que ela possui e talvez pudesse aproveitar. Pelo momento, é o que tenho para este excelente BLOG.

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  2. Tenho uma dúvida em relação a qual irmã vc se refere ; estou perguntando só por educação, pq é óbvio que não é da mais nova.
    E depois me perguntam pq eu casei com o Marcelo!Vc já viu ele gargalhar?Eita homem sábio!

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  3. sobre o comentário aí de cima, realmente não se trata da irmã mais nova pq ela é mais simpática para com todos, e, qto ao marido Oscar Marcelo, coitadinho, esse não ri pq casou com vc né coitado? Olha, desculpa mas está em anexo e não me aguentei! Coitada de vc tb né, só tem eu pra te aguentar e coitada de mim tb, ai sei lá, to com pena de todo mundo agora...

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  4. "Eu aprendi...
    ...que os passeios simples com meu pai em volta do quarteirão nas noites de verão quando eu era criança fizeram maravilhas para mim quando me tornei adulta..."

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