sábado, 12 de novembro de 2011

Censura

A maior censura é aquela que fazemos a nós mesmos.
Não estou falando de atos ou atitudes que tomamos como respeito a liberdade individual de cada um, isso se chama civilização.
A auto censura acontece quando deixamos de dizer, de fazer alguma coisa socialmente aceitável porque achamos que isso irá atingir de certa forma a alguém. O grande problema é quando nos censuramos e a pessoa alvo não dá a mínima pra isso, ou o que é pior, quando ela vira e faz contigo algo muito pior do que aquilo que você em sua prevenção auto crítica bloqueou.
Explico com um exemplo:

Sua namorada vai a uma viagem de trabalho, seus amigos te convidam pra uma choperia pra assistir ao jogo do seu time, Você pensa não falei nada com minha namorada, o celular dela está fora de área, não tem como avisar, vou ficar em casa para evitar que ela se entristeça comigo. Então no dia seguinte você entra na internet pra passar o tempo e vê um post no facebook de uma amiga de trabalho de sua namorada as fotos de um luau muito louco numa praia deserta, e quem é aquela pessoa conhecida no colo de 5 marmanjos????

Essa censura auto imposta ao longo dos anos se transforma em uma prisão, dados os limites imaginários que vamos criando.
Imagino quantos sorrisos deixei de dar, de quantas alegrias fui privado, quantas lagrimas eu teria derramado, quanto eu teria vivido sem essas barreiras. A vida é um acumulo de emoções ímpares e díspares, ao evitarmos o preto e o branco, vivemos numa faixa de cinza, vidas iguais do socialmente aceitável como todas as outras pessoas.
Somos prisioneiros de nós mesmos, não existe carrasco maior que nossa consciência, esse Grande Irmão que nos acompanha até durante o sono, ou na falta dele...

3 comentários:

  1. Fink,
    Nós não vivemos para os outros e sim para nós mesmos...como diz o marinheiro Popeye "I am what I am"...perder a naturalidade em condutas pessoais no ambiente de trabalho faz parte do negócio, isso se refere à sobrevivência...por outro lado perder a naturalidade na vida pessoal significa pagar certo preço por algo que você quer, ou acredita que quer...a questão é que ninguém consegue passar a vida dissimulando ou engolindo sapos sem somatizar alguma coisa..ou sem romper a tão "valiosa" relação.
    Relações pessoais não podem nem devem ser um problema na vida de ninguém.
    Depois do meu discurso bacana você deve se perguntar como se distingue uma relação pessoal boa ou má...só há uma resposta...relação boa é aquela em que você se sente bem por fazer parte dela,partilha de valores parecidos e tem reciprocidade...o dia que sentir isso pode ter certeza de que o Grande Irmão nada mais é do que um sabotador pessoal, que leva você a acreditar que deve perseguir relações e valores que te farão apreciável aos olhos dos outros e horrível ao seu próprio ponto de vista.

    ResponderExcluir
  2. A vida é, de fato, um turbilhão de emoções, às vezes bastante contraditórias. E por isso mesmo o Grande Irmão bem que podia ir passear de vez em quando... ou de vez em quase sempre... Abraços, Luna!

    ResponderExcluir
  3. O grande irmão só enche o saco na primeira vez. Depois ele se transforma da Ruth pra Raquel, e daí ocorre uma liberação total da parte sua que quer se divertir. Sacou?

    ResponderExcluir