Quando está tudo muito bem, a minha veia poética não aflora. É como se eu estivesse no pólo norte sem agasalho, gerando uma vasoconstricção periférica romanesca. A veia some.
A crítica diminui, a auto-crítica torna-se praticamente inexistente, e tudo passa a ser ridiculamente tolerável.
Dá para entender perfeitamente os depressivos românticos que precisavam gerar uma carga estupidamente negativa para escrever qualquer coisa.
O fato é que estou há algumas semanas num bom humor irritante.
Não consigo ter um mínimo de indignação que me gere qualquer tipo de inspiração.
Que merda!
Acontece com (quase) todos nós.
ResponderExcluirImagina um noticiário com ótimos acontecimentos, sem catástrofes nem infratores. Quem não trocaria o canal?