quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

UM DIA COM AS CRIANÇAS

Hoje passei o dia com meus sobrinhos.
Vim dormir na casa da minha mãe pois estou de férias assim como eles, que vieram também e pelo mesmo motivo.
Ontem mesmo já fomos dormir tarde. Ficamos assistindo filmes, tanto de adulto como de crianças, rimos, brincamos e finalmente elaboramos uma lista de coisas a serem realizadas - todas elas - hoje.
Conforme combinado ontem a noite, a minha sobrinha de 6 anos, que sempre acorda mais cedo que todos, iria me acordar de manhã bem cedinho para darmos início então aos trabalhos.
E assim, tal qual como o combinado, de manhã bem cedo eu e a Julia minha cachorra, fomos acordadas aos gritos de "Tia Né", que sou eu mesma, "acorda! " "vai ficar tarde e o shopping vai ficar lotado!". A primeira tarefa da nossa lista era ir ao shopping.
Olhei para a Julia, as duas olhamos para a Teté, minha sobrinha e preguiçosamente começamos a nos levantar já imaginando o longo dia que teríamos pela frente.
Abri a janela, puta chuva! Ótimo. Vamos passear em locais fechados e práticos com garagem e estacionamento cobertos. Adoro.
E enquanto eu escovava os dentes minha sobrinha muito solicitamente aproveitou para levar a Julia ao banheiro.
Fui para a cozinha tomar um café...
Sabe aquele cheiro de cachorro molhado? E sabe o que é você entrar na cozinha para tomar o seu café da manhã e suas narinas serem invadidas por cachorro molhado misturado com pão queimado na torradeira?...
Corremos, eu e a Teté, as únicas acordadas,  com uma toalha e após uns minutos de tensão conseguimos agarrar e enxugar a Juju.
Lavamos então as vasilhas dos cachorros, enchemos de comida e água e finalmente consegui me sentar para tomar um gole de café, com cheirinho de cachorro molhado. Uma delícia.
Bom, o café estava na metade e eu já havia checado as listas de tarefas dos meus dois sobrinhos, agora já devidamente acordados e vestidos, prontos para a nossa jornada.
Quase no fim do meu sagrado café... deu pau. Um bateu no outro por não concordar com as tarefas dispostas programadas. Corri para separar e retive as listas. Agora seria do meu jeito.
Consegui restabelecer a paz, me arrumei e saímos. Fomos ao shopping ouvindo Renaissance. Eles adoraram! A fila do estacionamento virava duas esquinas para fora do estabelecimento. Mas tudo bem, estamos todos de férias e afinal de contas no rádio do carro estava tocando Renaissance!
Bom, depois de meia hora na fila, entramos. A cantoria do Renaissance segurando bem a turminha. Estava divertido.
Trocamos alguns presentes, comemos brigadeiros, shopping lotaaado... passeamos até nos cansarmos. Por "nos cansarmos" entenda-se, eu e a minha irmã que também estava participando da empreitada.
Meus sobrinhos andaram, correram, pularam, comeram doces com as mãos e promoveram uma sensacional luta de espadas com garrafas pet numa renomada loja de sapatos.
Fora uma marca - bem pequena! - na testa da vendedora da loja de calçados, deixamos o shopping sem maiores queixas de outros seres humanos.
Sabe como é shopping em véspera de Natal né? Uma loucura mesmo.
Fomos ainda a uma livraria de rua onde eu tinha que trocar um livro que ganhei de presente. Livro trocado, fomos comer. Comida de verdade num restaurante por kilo.
Alguém já teve esta experiência esotérica? Levar duas crianças num restaurante por kilo?
Fizemos nossos pratos, pesamos e comemos! Muito!
Foi nessa hora que aconteceu. Posso afirmar com a mais absoluta propriedade que a partir do almoço no kilo, parei de sentir dor. Nem dor, nem frio, nem calor, nem fome, nada! Fiquei anestesiada, sensação que durou até algumas horas depois do jantar.
Voltamos para casa ainda cantando Renaissance mas agora tremendamente convictas (eu e minha irmã) de que o grupo musical todo havia morrido num acidente aéreo.
Chegamos em casa!
Desistimos do cabeleireiro apesar de minha sobrinha insistir em dizer que precisava muito fazer as mãos e cortar a franja. Afinal estava na lista! Deixamos para amanhã.
Consegui trocar de roupa e mal me encosto no sofá para checar meus emails quando ouço um "tô com fome!". Esbugalhei os olhos, me virei para meu sobrinho mais velho que também estava atônito e apuramos os ouvidos. E ouvimos de novo o "tô com fome" da pequena de 6 anos. 
Carái véi.
Vou te falar só uma coisa: eu não estava sentindo mais nada!

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