quarta-feira, 8 de julho de 2009

Morte aos maus!

Morte aos maus!, bradava a rainha louca. Era impiedosa com os mal educados, os arrogantes, os que maltratavam os consumidores, os que estragavam o dia e a vida dos outros. Só se preocupava com o processo de conhecimento. Segura da autoria, a execução era imediata. Quando assistia ao mau comportamento ou, pior, era ela mesma a vítima, gritava no ato a sentença irrecorrível. Seus guardas, fiéis, executavam a pena. Brigavam até para fazê-lo. Era, a monarca, amada pelos seus súditos. O reino era harmonioso; o convívio, exemplar. Defeitos todos temos, pensava a rainha, mas há aqueles insuportáveis. Os assassinos, os estupradores, os que maltratavam os animais, os que agrediam as crianças, os arrogantes, os maus alunos que atribuíam aos bons professores o seu mau aproveitamento, os que ignoravam e riam do consumidor que cumpria com as suas obrigações e não recebia em troca o prometido não tinham futuro naquele lugar. Admitia a rainha os defeitos toleráveis. Não punia os impacientes (era ela própria uma sofredora desse mal), nem os feios, nem os mal cuidados. O Estado Democrático de Direito, em que é exercido o poder pelo povo, ainda que através de seus representantes, todos sob o comando das leis, salvou os estúpidos. A justiça é mais lenta, a pena capital foi extinta. Quem salvará os bons?

6 comentários:

  1. Adorei essa rainha. Se o mundo tivesse rainhas assim, nós os BONS, estaríamos salvos!

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  2. Adendo: o povo não sabe o que faz. Precisamos dessa rainha (nosso alterego - é assim q se escreve?)!!!!!

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  3. Antes da reforma era separado, "alter ego". Será que mudou? Pergunte ao anjo da guarda, seu novo colaborador.

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  4. Ele se encontra ,no momento, mudo. Não dá pra perguntar nada - somos só eu e você!

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  5. provavelmente não tem nada pra escrever, quem será esse anjo???
    Muito bom esse textoi da rainha.

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