sábado, 16 de abril de 2011

MEU CORPO

Ontem encontrei uma amiga de infância e depois de muita conversa e comida japonesa entramos naquele obscuro campo dos sentimentos confusos que a idade nos oferece.
Estou me referindo à sentimentos físicos, somáticos!
Me lembrei do dia em que atravessando a rua com um velho amigo (velho mesmo), este me disse com toda a convicção do mundo que depois de uma certa idade tudo doía. Na época nem dei muita importância e segui caminhando com a certeza de que isso nunca aconteceria comigo.
Doce ilusão... um dia acordei e o meu corpo - sem nenhum aviso prévio! - resolveu que não iria me acompanhar. Juro que insisti, ofereci chocolate, doces diversos, tudo de melhor que tinha na geladeira, mas ele não veio! Ficou deitado o dia inteirinho e nem quis segurar um livro pros meus olhos passarem uma tarde lúdica.
E foi justamente isso que minha amiga me disse ontem. De um dia para o outro, sem avisos de alerta, os seus pés começaram a inchar e o corpo começou a mudar em uma série de ítens que deveriam durar até o fim da bateria! 
Não se produz mais corpos como antigamente. O meu por exemplo, depois da primeira rebelião (supra-citada) só vai onde ele quer... criou uma espécie de vontade própria. Quando ele não quer, responde com dores nunca antes sentidas e me faz andar como um robô sem óleo nas dobradiças até que eu ceda às suas vontades. Ele se auto-flagela! É incrível.
Meu corpo é de um caráter excessivamente dominante e no momento está envolvido num processo romanesco de possessão da minha mente que pelo jeito está dando certo.

2 comentários:

  1. E eu que pensava que cabeça de médico funcionasse do jeito que funciona justamente pela consciência das mudanças inevitáveis que ocorrem em geral por questão de tempo e quilometragem...quebrou o mito, sacanagem...

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  2. Funciona assim... com o corpo dos outros!

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