sexta-feira, 7 de setembro de 2012

MEUS PONTOS DE REFERÊNCIA

Hoje é feriado, o que não me impede - infelizmente - de trabalhar duro no pronto socorro e em um pequeno intervalo aproveitar para rapidamente escrever sobre um tema que tem me assombrado há semanas.
Já sonhei muitas vezes com isso: pontos de referência!
Quando eu era pequena, morria de medo que demolissem as casas que eu utilizava como pontos de referência para alcançar a minha própria casa. Tanto que cheguei a decorar, com detalhes de distanciamento, quantos passos eu teria que dar desde o ponto de ônibus até a porta da minha casa, decorando inclusive quando deveria girar meu corpo uns noventa graus - à direita ou à esquerda - para virar nas esquinas certas. Nunca falhou! Este método dos passos se mostrou inclusive muito mais eficaz do que o das árvores. Antes eu contava as árvores, quantas delas existiam até chegar em minha casa (desde o ponto de ônibus - é claro). Até aí eu contava com a pontaria certeira da equipe do ônibus que deveria saber (sempre saber!) onde ficava o ponto, mesmo que a praia tivesse sido arrancada do calçadão. Cada um neste método tem que se preocupar com seu cada qual. Bom, mas voltando ao método das árvores, este perdeu totalmente sua credibilidade quando houve a invasão dos cupins. Me lembro exatamente quando a prefeitura chegou e retirou as árvores mais afetadas, me fazendo demorar mais de cinco horas pra achar minha prórpia casa, o que me fez trabalhar arduamente para desenvolver a teoria dos passinhos.
Hoje em dia me sinto relativamente mais segura com o GPS, mas... e se tirarem os satélites??? E se um deles quebrar!?? 
Então é isso, esse meu medo de perder minhas referências me deixa deveras preocupada, principalmente à noite, quando sonho com isso com uma frequência romanesca.
Ao mesmo tempo, fico pensando nas minhas referência atuais. Já escrevi aqui sobre religiões e nunca escondi a minha admiração pelo candomblé e o espiritismo. Contando que tudo isso anda extremamente na moda, com difusões televisivas e novelescas sobre o tema, comecei a imaginar rituais e me vieram algumas perguntas.
Eu não entendo muito sobre essas religiões, mas sei que em alguns rituais sempre tem uma pessoa que bebe muito e encarna um espírito de um marinheiro, uma cigana ou de alguém igualmente muito bêbado que faz previsões. E aí eu me pergunto: por que ao invés de um marinheiro ou um pescador, esses seres que recebem os espíritos não encarnam por exemplo um grande executivo da Apple, ou um especialista em nanotecnologia, ou até um grande consultor do mercado financeiro, que, mesmo bêbado!, poderia fazer então grandes previsões sobre o mercado de ações ou sobre investimentos futuros... seria maravilhoso!
Pô, outro dia eu tava numa roda de espiritismo e de repente alguém encarnou o Chalita! Que porra foi aquela? Nem preciso dizer que suspendi minhas incursões por estes terrenos... pelo menos até o Chalita voltar pro seu corpo original. Credo!

9 comentários:

  1. No livro "The Math Book" de Clifford Pickover, onde ele descreve os 250 marcos e achados da história da matemática, o primeiro marco citado no livro aconteceu há 150 milhões de anos, o "Ant Odometer" que descreve o método utilizado pelas formigas para se direcionarem. Elas contam os passos. Experimento feito por uma equipe alemã e suissa, aumentando e diminuindo "palitos" nas pernas das formigas, conseguiram fazê-las ficar totalmente perdidas, parando antes ou depois dos destinos. Cuidado quando usar sapatos de salto alto.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Contando com a teoria da evolução das espécies e considerando o fato de que esta minha mania possa ser um efeito de memória genética, seria a formiga uma candidata ao "elo perdido"?

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    1. Sim, mas assim como o que aconteceu com o homem-aranha você pode ter sido mordida por uma formiga e o veneno dela te deu super poderes ainda não revelados ou pelo menos mais uma maniazinha...

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    2. Formigas devem ter um monte de joelhos. Terá isto sido motivo de alguma influência profissional?

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    3. Hummm seria isto uma manifestação do meu subconsciente?

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  4. Não se preocupe em se perder...esqueça sempre de pagar alguma conta que certamente alguém vai te achar para cobrar...mesmo que seja no Jaça...
    Com relação aos espíritos que baixam eu me lembro até de um programa de tv que mostrava pessoas que haviam feito regressão e que do feito descobriram ter sido centuriões em Roma, putas em Paris, mas nunca apareceu ninguém para dizer que foi pedreiro em Carapicuiba ou lavadeira em Pirituba... Glamour é glamour!
    Por outro lado há que se considerar o seguinte...marinheiros,pescadores, ciganas e afins são gente da beira do mar ou que vivem no mato, em contato com todos os elementos da natureza, livres e desprendidos de grandes fortunas e pretensões...no mínimo essa gente tem histórias boas para contar...gente do mercado financeiro,executivos de grandes corporações são chatos e apegados por natureza...pense no quanto o chefão lá de cima nos poupa de termos que tolerá-los bêbados e passados...a vida é muito boa e ainda por cima sem nenhuma previsão podemos ter a certeza de que pelo menos dessa vez o Chalita não vai ganhar...


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  5. Nem me fala...até a fala do sujeito é sebosa

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